Sario Ferreira 5

Papo de Autor entrevista Sario Ferreira

Dessa vez, o bate-papo é com o autor Sario Ferreira.

 

Fale um pouco sobre você. De onde você é? Qual é a sua formação? Qual gênero escreve?

Sou Sario Ferreira, moro em Belo Horizonte e sou formado em Letras, como licenciado (para dar aulas) e como bacharel (para trabalhos textuais). Escrevo alta fantasia, meu gênero preferido desde sempre. Muitos subestimam o poder da fantasia, afirmando que é uma literatura superficial, que trata de coisas que não existem e cuja função é puro escapismo. No entanto, a fantasia, para mim, é uma metáfora do que essas pessoas chamam de real. Um combate contra um monstro pode ser o protesto de um funcionário injustiçado contra um chefe cruel, uma jornada de um ano pelo ermo selvagem pode ser a trajetória de alguém pelos 4, 5, 6 anos de faculdade, a conquista de um artefato mágico pode ser a compra do primeiro automóvel. Ou seja, a estética do que é realidade e o que não é muda, a reflexão humana por trás disso não.

 

Além de escritor, você tem outra profissão? Como você diria que essa profissão contribui para o enriquecimento da sua carreira como escritor?

Sou professor de ensino fundamental e também revisor textual/copidesque. Penso que toda profissão interfere muito em nossa escrita, porque toda profissão interfere em quem nós somos. É como as classes de rpg, que direcionam o perfil de como seu personagem se mostra ao mundo.

No meu caso, ser revisor de texto aprimora muito meu cuidado com a estética da narrativa (a forma da escrita) e na maneira profissional de lidar com os textos que eu produzo. Não só na parte gramatical, mas no todo que envolve a expressão do texto. Não confundam revisor de texto com “corretor ortográfico do word”, por favor. A revisão vai muito além de ser um gramatonazi; tem a ver com sentir a perspectiva dos potenciais leitores de um texto e adequar esse texto mediante essa sabedoria.

Como professor, a influência é muito positiva, porém mais indireta. Eu trabalho com uma diversidade de pessoas, e, ainda, pessoas em formação de caráter, de conhecimentos, de vidas. Algo que aprendi nos últimos anos é que os personagens são a parte mais importante de uma história; as pessoas se identificam (ou se contrapõe) aos personagens, não ao cenário ou aos acontecimentos. Logo, estar em interação constante com tantas pessoas diferentes traz para mim um material humano muito rico, que me permite elaborar personagens mais críveis e aprofundados.

Como você desenvolveu o amor pela literatura?

O amor pela literatura surgiu por influência do meu pai. Ele era taxista e sempre carregava um livro para ler na fila de espera por passageiros. A partir disso, logo que aprendi a ler, começou minha dependência por quadrinhos e umas revistas “nerds” chamadas Heróis do Futuro. E por meio destas, descobri o melhor hobby do mundo, o rpg. Então, no início da adolescência, ganhei um box do AD&D e me perdi para sempre no mundo da fantasia, me tornando narrador e descobrindo a delícia que era contar histórias. Não bastasse isso, piorei, e cursei letras por causa do meu gosto pela leitura desenfreada. Lá experimentei outras literaturas que antes me faziam torcer o nariz e entendi que não se tratava de não gostar, se tratava de que eu não sabia lê-las da forma certa. Formei-me faz 6 anos, e estou no estado terminal do vício agora, sem conseguir ficar longe de um livro por mais de vinte e quatro horas, mesmo que eu não consiga tempo para ler.

 

Quando decidiu publicar seu primeiro livro? Quais fatores contribuíram ou dificultaram sua estreia literária?

Decidi publicar meu primeiro livro quando já o tinha escrito, reescrito e revisado umas seis vezes ao longo de 9 anos. Vi a oportunidade certa quando, em dezembro de 2015, vi no Facebook um videozinho da Amazon KDP. Fiquei interessado, já que a publicação era gratuita e eu tinha pouquíssimos dinheiros para investir na compra de exemplares físicos para venda.  Passados alguns meses, descobri uma gráfica por demanda com preço legal e banquei uma tiragem pequena (20 livros) para tentar vender em eventos e pela internet. Consegui publicar o livro em forma impressa e digital graças à crescente facilidade que foi surgindo para os escritores independentes se lançarem no mercado, entretanto, das maiores dificuldades que encontrei, trabalhar o marketing foi e ainda é desafiador. Isso não só porque te obriga a se reinventar para sua obra continuar viva no mercado, mas porque consome um tempo que muitas vezes não tenho para empreender. Como muitos, sempre tive que conciliar trabalhos, estudos e o sonho da literatura (que dá trabalho também, mas é gostoso).

De onde surgiu a ideia para seu livro mais recente? Sobre o que ele fala?

Meu livro mais recente é A Essência Perdida, que é o segundo livro da Saga Sagraerya (lê-se “sagreria”, “sagraria”, “sagrairia”, ou a gosto do leitor J ). Falar dele é complexo porque ele se baseia em um spoiler no final do primeiro livro, logo, contar um pouco de O Despertar do Paladino, que é o livro I, é mais interessante. A trama de O Despertar do Paladino surgiu da história de um personagem paladino que criei para o rpg de um amigo (que durou 2 sessões L ). Achei a história legal demais para ir para o fundo de uma gaveta qualquer, então a peguei e a desdobrei, detalhando mais alguns trechos e continuando a partir do ponto em que a história do personagem terminava. Combinei o personagem ao mundo que eu criei (e ainda crio, eternamente) para narrar as aventuras de meus rpgs e voilà: nasceu o projeto Sagraerya.

O Despertar do Paladino conta o sobre Sagrarius, um general famoso de um reino que trava guerra contra o reino nativo de um continente recém-descoberto. O general tem motivos pessoais fortes e justos para apostar tudo contra o extermínio do povo inimigo. No entanto, em combate contra a Fortaleza Dhazum, a última resistência dos nativos, a luz de uma epifania divina recai sobre o líder militar e desacortina para ele verdades proibidas que o fazem reconsiderar tudo em seu passado e em seu futuro. Sagrarius desperta para um caminho em que o conflito de crenças, convicções, verdades e justiças o guiarão por viagens e aventuras em busca do resgate de suas virtudes e de sua redenção.

Atualmente, estou escrevendo o terceiro livro da saga, chamado A Promessa Anã, que é uma continuação direta de A Essência Perdida.

 

Para encerrar...

Você encontra Sario Ferreira e seus livros, da Saga Sagraerya, nos links abaixo:

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